Família… desperta!

Publicado em: 23 de fevereiro de 2018


Neste tempo de famílias descartáveis, onde o avesso e o efêmero parecem belos e prósperos, contrapõe uma figura histórica: Abrão, o patriarca da fé!

Sento-me na poltrona confortável da reflexão tranquila, como espectador à frente de um filme ou teatro novo: abrem-se as cortinas – inicia-se o grande espetáculo!

A primeira cena:

uma mesa imponente no centro de uma sala da jantar arquitetonicamente invejável. Ouço o tilintar de talheres. Uma figura humana manuseia os talheres e degusta as delícias variadas, olhando a cada minuto no relógio: deve ter compromisso marcado, por causa dos gestos evidentemente apressados e ansiosos. Certamente é um homem de negócios. Logo entra na cena uma bonita senhora, de unhas bem pintadas e look impecável. Não terá a companhia daquele que parece ser seu marido. Um beijo rápido e ele sai de cena. Ela tilinta os talheres. Enquanto come, atende o celular que toca: fala e come, come e fala . Marca compromissos inadiáveis: manicure, massagem, psicanálise. Logo se levanta mas, antes de sair encontra um jovem de roupa casual e corte de cabelo estilo “to nem aí”. Um beijinho de “oi e tchau” e lá se foi ela. Ele também não terá a companhia daquela que parece ser sua mãe. Não dá pra deixar de notar que as mãos do jovem esqueceram os talheres e a postura esqueceu a “etiqueta”. Com uma mão saboreia rapidamente uma guloseima e outra, com a outra manuseia um aparelho eletrônico. Pela agilidade dos dedos parece ser um jogo: come com uma mão, joga com a outra. Logo sai e eu observo: o primeiro tem como companheiro de refeição, o relógio; a segunda o celular; o terceiro, o jogo eletrônico. Vão não sei aonde, fazer não sei o que, mas sei que vão fazer muita coisa e deve ser importante para “ter mais” e “ser menos”. Mas afinal, quem são eles? – Família moderna, meu irmão e minha irmã!

Agora outra cena:

Um vôo panorâmico sobre a história de um homem velho de 75 anos, chamado Abraão. Ele fala para sua família de um Deus único, amoroso e fiel, que a humanidade não conhecia e que fará Sara, sua esposa estéril, ter filhos. Fala  de uma posteridade tão grande quanto às estrelas do céu. Todos escutam silenciosos e acreditam nele. Acreditando nas promessas desse Deus ensinado por Abraão, seguem com ele uma longa jornada de  Harã  à Canaã.   Se instalam e desinstalam tantas e quantas vezes, conforme a direção daquele Deus desconhecido. Caminham por terras inóspitas e permeam povos violentos, sem desanimar e até chegar à terra prometida. Ali Abraão ainda enfrenta a fome e uma espera de 25 anos para ter em seus braços o primeiro filho com Sara. Abrãao tinha cem anos quando veio Isaac! Com Abrão aprendem o Deus único, em quem devem colocar toda sua confiança.  Ensinam-o a seus filhos e aos filhos de seus filhos. Esta fidelidade amorosa eu vi prolongando no tempo de Abraão  e desta descendência  vi Chegar Jesus Cristo, nosso Salvador!

Nestas cenas antagônicas uma constatação:

Enquanto fica vazia a mesa familiar, enchem –se os divãs dos psicanalistas, psicólogos e psiquiatras. Enquanto permanecem as casas vazias dos risos, abraços e histórias, continuam cheios os bares  e as “sargetas sociais” . Enquanto da boca paterna e materna não sai a autoridade  do amor e da  fé, reina a “ditadura” do vazio existencial, das drogas e da sexualidade desregrada. Enquanto o homem e a mulher não fazem uma inabalável aliança de fidelidade ao Deus único e absoluto, a família está alicerçada na areia movediça do relativismo. Não podemos ser espectadores “mórbidos”  da destruição da família querida por Deus, onde a fé, o perdão, a comunhão e a oração são alimento insubstituível. Peçamos juntos ao Senhor em oração, um milagroso despertar espiritual, antes que vejamos com os olhos da carne o triste desertar definitivo da família!

por: Elenice Faria | Missionária Fraternidade Sacramento de Amor | Missão Portugal

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