Coração de mãe: “Venci pela fé e pela oração”

Publicado em: 7 de março de 2018


Esta edição da série de testemunhos sobre a vitória sobre a drogas será dupla. Isto porque trouxemos o testemunho de uma pessoa muito importante na recuperação de muitos irmãos que passam pelo processo de tratamento da dependência química. Vamos conhecer quem é essa pessoa tão especial? Continue lendo para saber…

Conheça o testemunho da Dona Vanda, que acompanhou todo o tratamento de filho enquanto ele esteve na Casa de Acolhimento São Pio

Meu nome é Vanda, sou mãe do Reginaldo que ficou acolhido na Casa São Pio. A equipe foi maravilhosa, o acolheu com muito amor. Ele teve muita força de vontade e, graças a Deus, concluiu os nove meses de tratamento.

O dia que eu descobri que ele estava nas drogas foi muito difícil. Eu ligava, mas, ele não me atendia. Chorava, perdia o sono e rezava muito, para que Deus cuidasse dele. Foi muito triste, mas eu não desesperei.

Ele ficou dias fora de casa. Quando chegou estava todo sujo, sem comer há dias, magro, abatido, mas, ele não assumia pra mim que estava com problema com as drogas. Mas, nós insistimos que ele precisava de tratamento, até que ele concordou de iniciá-lo.

Então, nós soubemos da Obra Sacramento de Amor. Minha filha procurou a Casa São Pio pra conseguir a vaga e conversou com o Reginaldo e ele aceitou iniciar o tratamento. Sofremos muito até que tudo se resolvesse.

Durante o tratamento, eu contava os dias para chegar o dia da visita. Ficava muito feliz de vê-lo cada vez melhor, mais animado e mais forte. Era difícil só a hora de ir embora!

Estou muito feliz por ele ter concluído o tratamento e espero que agora continue nessa caminhada com Deus aqui fora, seja um homem de Deus e de oração.

O que eu tenho a dizer para as todas as mães, que estão passando pelo o que eu passei, é que não é fácil, é muito triste, e só procurando Deus com muita fé e oração, pra conseguir vencer essa situação. Assim a gente alcança a vitória!

… e agora o Reginaldo conta um pouco da sua vivência nas drogas e sobre seu processo de recuperação

Meu nome é Reginaldo Severino de Azevedo, tenho 47 anos, sou pai da Bruna e do Paulo César.

Eu conheci as drogas muito cedo. Aos quinze anos fiz minhas amizades no colégio e frequentávamos os bares da cidade. Comecei a fumar, depois beber cerveja e depois a fumar baseado, e aos 18 anos eu iniciei o uso da cocaína.

Quando eu completei 17 anos, eu já trabalhava com meu pai e meus tios no armazém da família, que se chamava O Rei das Miudezas. Quando completei 18 anos, tirei carteira de motorista. Estava na oitava série, mas parei de estudar. E, no trabalho com minha família, já comecei a fazer vendas externas, em outros armazéns e supermercados da cidade.

Quando eu fiz 19 anos não existia o crack, a não ser nas grandes capitais do país. Mas, eu aprendi a fazer uma mistura que virava uma pedra, que era o que deu origem ao crack. Foi aí que tudo começou. Usei crack durante 20 anos.

Aos 20 anos comecei a viajar. Meu tio me deu um caminhão pra eu trabalhar na estrada. Nessa época eu conheci vários tipos de drogas e muitas substâncias perigosas. Mas, eu sempre usei sozinho, não tinha turma. Aos meus 25 anos, comecei a cheirar cocaína. E cada vez mais eu fui me envolvendo com as drogas.

Eu sempre me perguntei o que me levou a isso, o que me levou a buscar as drogas, porque eu sempre tive tudo, nunca tive problema com família, meus pais sempre me ajudaram, nunca faltou dinheiro, sempre tive trabalho… Eu sempre tive tudo… Mas, a droga ela lhe proporciona um prazer muito grande e é inexplicável. Infelizmente, quem usa uma vez, não tem volta. A não ser que a pessoa queira deixar a droga, busque ajuda e tenha apoio.

Até que minha esposa descobriu, conversou comigo e pediu que eu fosse verdadeiro sobre o que estava acontecendo. Precisei assumir que realmente eu estava no mundo das drogas e prometi que não usaria mais. Comecei a participar com minha família na Igreja, no movimento dos Vicentinos, mas, na verdade, eu nunca parei de usar. Eu me incomodava de estar mentindo pra minha família. Quando olho pra trás eu me sinto mal, porque foram várias as coisas, momentos importantes na vida dos meus filhos de que eu não participei.

Da última vez que viajei, eu fiquei quase 20 dias desaparecido. Havia comprado mil reais em pedra, quando cheguei no posto de gasolina para abastecer meu cartão estava bloqueado. Eu já estava há uns 12 dias sem comer, eu não aguentava mais usar droga. Eu entrei em desespero! Então eu comecei a rezar, a pedir pra Deus me ajudar naquela hora. Fiquei na estrada, viajando sem rumo, sem saber o que fazer durante uns 15 dias, até que a droga acabou e resolvi voltar pra Divinópolis pra conseguir dinheiro.

Quando cheguei a Divinópolis, minha família estava a minha procura. Minha mãe já tinha passado mal e meu irmão conseguiu me encontrar. Estava numa situação horrível: sujo, magro, drogado, muito mal. Depois de resistir muito, resolvi ir até a casa da minha mãe. Chegando lá, lembro que meu filho veio ao meu encontro, me abraçando. Eu estava muito fraco.

Minha família conversou comigo, me falaram que haviam conseguido uma Casa pra eu me recuperar e então eu fui convencido de que eu precisava de ajuda. E eu me decidi, depois de uma conversa com meu filho, que eu precisava de ajuda.

Fui muito bem acolhido pela Casa São Pio. O começo foi muito difícil! Quis voltar, tive minhas dificuldades, mas, fui muito ajudado. Eles acreditaram em mim, me aceitaram. Eu me senti amado.

É preciso buscar a Deus, diariamente, em primeiro lugar! Foi Ele quem me resgatou! Vai ficar um pedaço meu na Sacramento de Amor, porque, só quem vive isso, experimenta o amor de Deus. Eu acreditei e tive um encontro com Ele. Meu muito obrigado a todos e que Deus abençoe a todos!

por: Assessoria de Comunicação | Transcrição: Carol Fonseca