04 | Jul – Eucaristia, um mar de Amor

Publicado em: 25 de outubro de 2017


É Jesus que, sob a aparência do pão, permanece entre nós e fixa sua morada em nosso coração. Por que agiu assim? Só há uma resposta: Amor demais. Na última Ceia, pensado em nós, Jesus deixou-nos um testamento: Ele mesmo! Diz- nos Jesus cheio de amor e desejo se dar a nós: ”Ardentemente desejei comer convosco esta ceia pascal…” (Luc. 22,15). “Quem ama se dá livremente:” minha vida ninguém a toma, eu a dou…” (cf.). Na medida em que amamos nos tornamos mais livres e já não basta deixar coisas, vem o desejo inquieto de doar a própria vida, e foi isso que Ele fez. Na sua loucura de amor pelo homem, viu que nada poderia ser maior e melhor do que Ele mesmo.
A felicidade que tanto procuramos está justamente em doar a nossa vida nos menores atos do nosso dia. Não somente o que temos, mas, principalmente, o que somos! Jesus deu- nos o exemplo: “Não há maior amor do que dá a vida por aquele que se ama”. Daí a importância de meditarmos: como tenho respondido a esse apelo de Nosso Senhor? Ele que, no extremo de amor, se fez homem, morreu por nós numa Cruz e, como se não bastasse, instituiu esse admirável Sacramento. Sacramento onde Ele se doa por inteiro com Seu CORPO, SANGUE, ALMA E DIVINDADE, para ficar conosco até o fim dos tempos (Mt. 20,28)! Em resposta a esse amor, “também nós devemos dar a vida pelos irmãos” (I Jo 3,16). Um ensinamento importante da Eucaristia é a descoberta desse amor “gratuito e primeiro” de Deus para conosco! E a experiência com esse Amor deve nos impelir a amar gratuitamente os outros. Somente quem se sente profundamente amado é capaz de amar! Como percebemos, muito mais do que compreender, precisamos experimentar, mergulhar na Eucaristia, que surgiu do Coração de Jesus e somente pode ser compreendida pelo caminho do coração, do amor, da experiência, da intimidade! Conheço uma história que pode nos ajudar um pouco: Havia uma boneca de sal que caminhava pelo mundo, queria visitar muitos lugares e conhecer muitas coisas. Um dia encontrou uma grande planície, mas que se movia, como se fosse batida pelo vento. Isto, disse a boneca, nunca encontrei antes na terra. E de longe perguntou: – Como tu chamas? E a grande planície, movendo-se respondeu: – Eu sou o mar. – Não compreendo, disse a boneca. – Bem sei. Deverás aproximar-te, se quiseres me compreender. – Mas eu tenho medo de ti, porque te moves e estás vivo. – Não tenhas medo, disse-lhe o mar, se tu não te aproximares, nunca poderás me compreender. – Mas eu quero compreender-te, respondeu a boneca. Tomando coragem aproximou-se e disse: – Oh, como é possível, tu és enorme e tenho medo. – Não tenhas medo, eu não quero fazer-te mal. A boneca estendeu seu pé direito e mergulhou-o no mar. Pouco depois sentiu que ele começou a derreter-se. Mas, assim mesmo disse ao mar: – Agora estou a sentir-te – Sim, mas se quiseres sentir-me completamente, deves mergulhar toda, por inteiro. – Mas eu não tenho força. Reparando, viu que havia ficado sem pé direito. Chorando, disse ao mar: – O que tu me fizeste? – Agora tu sabes o que eu sou. Se quiseres viver completamente comigo, deverás imergir toda, então me compreenderás profundamente. Fazendo um grande esforço, a boneca, decidida, mergulhou totalmente no mar e começou a derreter. Quando lhe sobrava apenas um pedacinho, exclamou: – Agora compreendo o que tu és: tu és o mar! Se alguém quiser compreender o mistério da Eucaristia, não poderá consegui-lo de longe. Não se conhece a Eucaristia, sem mergulharmos no mar do Seu amor. E quanto mais mergulhamos, mais experimentamos e nos inebriamos desse amor até chegarmos ao ponto de podermos dizer como São Paulo “já não sou eu quem vive é Cristo que vive em mim”. Como autênticos cristãos, nos transformaremos em Cristo, com seus sentimentos, pensamentos, atitudes… Pois esse tão Sublime Sacramento é o único alimento que não se transforma no nosso corpo e sim tem o poder de nos transformar n‘Ele! Fonte: Eduardo Moreira | Fundador

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